Encontro virtual com a Professora Cristina Antonioevna Dunáeva (UnB)
"Observação participante" de uma catástrofe: impressões de uma breve passagem pela Rússia em setembro de 2022 Cristina Dunáeva conta sua experiência na Rússia, no período do início da mobilização da guerra na Ucrânia. Relato que só alguém que é russa e também brasileira poderia nos passar. O Seminário Russo na USP é tradicionalmente organizado pelo professor Bruno Gomide.
Abaixo listamos as marcas dos tempos e assuntos [timecodes] trazidos pela professora Cristina, assim você pode assistir o todo ou as partes que mais lhe interessar.
00:01 Apresentação
04:45 Temas que serão abordados na palestra
06:21 O que são os Seminários de Literatura e Cultura Russa da USP
08:10 Como surgiu o convite à participação
08:25 Livro "Ensaios sobre a guerra" da Editora Kinoruss
11:50 Como falar do indizível
13:00 Porque a pesquisadora viajou para a Rússia
14:20 Como surgiu a ideia de documentar a viagem? Trabalho de campo. Observação participante
16:40 A urgência de repensar-se
20:20 Arte antimilitarista. Arte pública
21:10 Pintora Elena Óssipova. Teoria institucional da arte
22:50 Arte nos contextos totalitários
24:00 Obras de Elena Óssipova
27:00 Recentes leis da repressão na Rússia
28:30 Diferenças entre os contextos repressores na Rússia e no Brasil
29:50 A guerra que não pode ser chamada de guerra. A censura total
31:50 A coragem de artistas
33:35 A simplicidade da linguagem artística como estratégia de diálogo com um público mais amplo
34:00 Artista e ativista Viktória Lomasko
35:30 Porque o neonazismo é tão popular no Leste Europeu?
39:30 Mais diferenças entre os contextos sociais e políticos na Rússia e no Brasil
40:20 A resistência do povo checheno aos imperialismos russo e soviético
Aos 43:25 menciona-se a data equivocada da deportação dos povos checheno e inguche. A data correta é 23 de Fevereiro de 1944.
48:50 A tragédia de Beslan e a necropolítica do Estado da Rússia
50:50 Neonazismo na Rússia
52:52 As obras de Viktória Lomasko
53:50 Arte anônima urbana antimilitarista
56:00 O que de fato encontrei na Rússia durante o setembro de 2022
57:20 Nabókov e o cubo mágico
59:00 O simbolismo do Arlequim e a situação desesperadora e sem perspectiva de mudança na Rússia contemporânea. O "Mundo da arte"
1:05:00 Como não se fala da guerra na Rússia
1:07:00 O que a pesquisadora esperava encontrar na Rússia e o que de fato encontrou 1:13:00 A "vida normal" nas cidades da Rússia. A indiferença da sociedade em relação à guerra
1:15:00 Porque não se fala sobre a guerra? O apoio à invasão e algumas razões disto
1:22:30 As camadas da vida social que não se tocam
1:24:40 A convocação forçada para o exército que a pesquisadora presenciou em Setembro de 2022
1:32:20 Algumas conclusões
1:35:30 Preconceito em relação a ucranianos na Rússia
1:37:00 A guerra das fakes
1:38:10 a TV na Rússia
1:39:45 Os cuidados que precisam ser tomados no Brasil em relação à Rússia
Aos 1:44:20 em relação ao monumento de Fidel Castro recentemente inaugurado em Moscou, importante informação que não foi mencionada: a ideia de colocar tal monumento pertence ao Aleksandr Dúgin, ideólogo da extrema direita da Rússia, ultranacionalista.
1:46:50 A colonialidade da cultura russa 1:48:30 A importância da solidariedade com a resistência ucraniana à invasão da Rússia
Cristina Dunáeva é autora do ensaio "Breve esboço sobre a arte antimilitarista na Rússia contemporânea", presente no livro Ensaios sobre a Guerra. É professora do Instituto de Artes da Universidade de Brasília. Doutora em ciências sociais com pesquisa sobre racismo e xenofobia na Rússia. Mestre em história da arte pela Universidade Estadual de Campinas. Traduziu, do russo, Dos novos sistemas na arte, de Kazimir Maliévitch. Participou da campanha de denúncia dos crimes cometidos pelo governo russo nas guerras na Chechênia (2004-2008) e sobre a situação dos refugiados, realizou debates e exposições no Brasil e no exterior. Publicou o livro Terrorismo de Estado na Rússia: a guerra na Chechênia nos descaminhos da indústria da violência pelo coletivo"Ação Literária pela autodeterminação dos povos”, Ed. Achiamé.
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