PIRANESI ou a fluidez das formas aberto. Ensaio de Serguei Eisenstein escrito nos últimos anos de sua vida. Traduzido direto do russo e publicado pela primeira vez no Brasil em 2016, pela Kinoruss.
A Kinoruss tem um carinho e respeito especiais pelo cineasta soviético nascido na Letônia no final do Século XIX, Serguei Mikhailovitch Eisenstein. Prova disso é que escolhemos um texto de sua autoria para inaugurar nossa Coleção Arte e Pensamento Russo. Trata-se de PIRANESI ou a fluidez das formas. Conhece? Apresentamos mais abaixo.
Também publicamos textos sobre ele em nosso Caderno de Pesquisa Kinoruss n. 6, um deles assinado por Erivoneide Barros, que atualmente conclui doutorado sobre Eisenstein na Unicamp e pesquisou nos arquivos da Fundação Casa de Rui Barbosa, no Rio de Janeiro, documentos em que transparecem a paixão e grande interesse de nosso “poetinha” Vinicius de Moraes pelo cinema de Eisenstein. O outro artigo, também neste Caderno n. 6, é da professora Aurora Fornoni Bernardini, que detalha os conceitos de orgânico e patético no cinema e na teoria do cinema de Eisenstein. Vale a pena conferir na sinopse e link mais abaixo.
E, uma última preciosidade (até o momento) é nosso livro A Biblioteca Infinita de Serguei Eisenstein, resultado da pesquisa da estudiosa francesa Ada Ackerman, diretamente nos arquivos do cineasta, no histórico gabinete instalado na rua Smoliênskaia, em Moscou. Neste livro Ackerman nos apresenta o Eisenstein leitor, sua biblioteca e sua relação obsessiva e apaixonada com os livros e possíveis conexões com suas realizações cinematográficas. Veja logo abaixo.
E, se você está lendo este post em nosso blog, entre os dias 18 e 23 de janeiro de 2023, aproveite que, para homenagear o cineasta, neste período a Kinoruss está oferecendo DESCONTO de 20% nos livros de seu catálogo, sobre ou de autoria de Eisenstein.
Conheça nossas publicações sobre/de Eisenstein:
A Biblioteca Infinita de Serguei Eisenstein
Neste livro bilíngue (inglês-português) a pesquisadora francesa Ada Ackerman reflete sobre a paixão de Serguei Eisenstein (1898-1948) pelos livros.
Ao longo da vida, desde a infância, o cineasta soviético compôs uma vasta e diversificada biblioteca com publicações do mundo todo e seu apreço pela leitura era incondicional.
A pesquisadora francesa Ackerman, há anos viaja de Paris a Moscou e, entre 2012 e 2013 investigou as prateleiras desta biblioteca em busca das anotações que o cineasta deixava nas margens de seus livros e, também, as inúmeras fichas e papéis soltos que Eisenstein deixou anotadas como marca de suas leituras.
Por meio dessa investigação Ackerman demonstra o quanto a relação de Eisenstein com os livros se conectava com suas experiências de vida, viagens, amizades e com os filmes que realizou e que repercutem mais de cem anos depois no mundo todo.
Complementando o pensamento de Ada sobre os hábitos de leitura de Eisenstein, o livro traz preciosa documentação fotográfica: imagens históricas da biblioteca original de Eisenstein cedidas pelo Museu de Cinema Russo (Moscou), fotos da biblioteca do cineasta, reproduzida por sua viúva, Pera Atácheva, após a morte do cineasta e organizada e dirigida Naum Kleiman por mais de cinquenta anos e, ainda, reproduções de notas originais de Eisenstein, conservadas nos arquivos russos.
Um livro cativante para quem ama livros, bibliotecas e é apaixonado por leitura. Também conta aspectos biográficos de Eisenstein. Para quem aprecia o cinema e os grandes mestres é uma leitura instigante e deliciosa.
PIRANESI ou a fluidez das formas
Coleção Arte e Pensamento Russo
Sob o olhar investigativo de Eisenstein, dirigido às estratégias de construção da imagem, nasce um dos textos mais sagazes sobre a percepção do espectador diante da "montagem" de planos concebidos por Piranesi. Mais uma vez, Eisenstein pensa cinema por meio de outras expressões artísticas, aproximando suas reflexões das proposições de seus contemporâneos, como as do teólogo Pável Floriênski, e do pintor Kasímir Maliévitch.
Caderno de Pesquisa KINORUSS 6
Kinoruss chega ao sexto número. Pela primeira vez impresso, o design do caderno resgata a tradição gráfica russa com forte reminiscência do espírito suprematista, sem, no entanto, pretender sê-lo.
As camadas de tempo histórico conectam linguagens artísticas desde as páginas iniciais, com a Série de monotipias da artista brasileira Laura Daviña.
Kinoruss reitera a vocação de vitaminar os estudos sobre o cinema e arte russa em diálogo com o Brasil. O artigo de 1989, da russa Tatiana Vétrova, narra a visita de Glauber Rocha a Moscou, no mais rigoroso inverno.
Também no caminho da reflexão entre olhares brasileiros e russos, Erivoneide Barros demonstra a relevância das críticas de Vinicius de Moraes ao cinema de Serguei Eisenstein para a história da crítica cinematográfica brasileira e a compreensão atual do pensamento do Eisenstein no Brasil.
Aurora Fornoni Bernardini apresenta conceitos eisensteinianos pouco estudados (ainda) em campo brasileiro, porém necessários para ampliar a compreensão da teoria da montagem. As contribuições de autores russos reforçam o nosso objetivo de estimular e alargar o campo de conhecimento sobre as obras de grandes cineastas. Dmitri Salinski e Iúlia Anókhina, ambos pesquisadores moscovitas, abordam temas inéditos. O primeiro analisa as versões de trabalho de Andrei Tarkóvski quando da produção de Soliaris. E Iúlia investiga Hamlet, única encenada por Tarkóvski, na Rússia, trazendo novas luzes sobre os estudos da cinematografia tarkovskiana.
E, também neste número, a literatura se faz presente com a tradução de Ekaterina Vólkova Américo e Marcia Chagas Kondratiuk, de um conto de 1921 escrito por Arkadi Aviértchenko que, satírico, rebobina a memória da revolução bolchevique como se rebobina um filme e, de forma certeira, questiona as conquistas revolucionárias frente à realidade soviética depois de 1917.
Como se deduz, é significativa a contribuição das tradutoras e revisoras de textos tão densos e complexos, escritos em russo e vertidos para o português, dois deles inéditos, inclusive em seu país de origem, e que lá chegarão, pela primeira vez (em russo e português), por meio de uma publicação impressa brasileira.
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